sexta-feira, 11 de outubro de 2013

meias novas!


Falemos de meias de lã, para variar um pouco, que a vida não é só cozer e comer bolachas. Temos que ir fazendo alguma coisa mais, de preferência fora da cozinha, para as digerir!

A lã de Bucos é uma lã super hiper portuguesa. Tosquiada de ovelhas que andam pelos caminhos e montes de Cabeceiras de Basto, muitas delas ainda sob o regime da vezeira. Lavada, ensarilhada, cardada e fiada por mãos portuguesas. E o mais importante de tudo: é uma lã fantástica para tricotar, macia, cheirosa (parece acabada de secar), o que podemos dizer mais? Não sei se há à venda nas retrosarias comuns; nós comprámos na retrosaria da Rosa Pomar, aqui. (E também comprámos o livro Mulheres de Bucos - trabalho da lã, uma descrição ilustrada do ciclo da lã como nunca tínhamos visto.) E recomendamos vivamente. Até porque com esta lã ficámos a pensar em meias para o frio do inverno. 

O primeiro par terminado é o da L., que calça o número 27. Tricotar meias para estes tamanhos pequenos é muito fácil e super rápido. Como a lã é realmente grossa, ainda melhor. Vejam como é fácil. Aliás, mais fácil de fazer do que explicar - vou dividir as instruções em dois....

MEIAS DE LÃ - parte 1

Vão precisar de:
quatro agulhas de tricotar de 5,5 mm de ponta dupla
uma meada de Bucos (usei a mesclada e, sem o prever, fiquei com meias às riscas!)
uma agulha grossa de coser à mão (para rematar)

Como fazer:
1.
Montem 20 malhas e distribuam-nas por três agulhas de ponta de dupla.

2.
Juntem as malhas em círculo logo na primeira carreira. Trabalhem em padrão canelado: Knit1 Purl1 (desculpem, mas continuo a pensar os pontos em inglês), quer dizer, 1ML 1MM.

3.
Continuem a tricotar no padrão canelado as carreiras necessárias até a peça estar com 12 cm de altura. (Falo em altura porque esta meia é feita a partir de cima. Começa-se pela perna.)


4.
Quando são meias para meninos, é melhor confirmar se eles gostam da altura. Ao testar na própria perna, as malhas mais recentes devem ficar mesmo em cima do tornozelo.

 

5.
Terminada a parte da perna, distribuam as 20 malhas por duas agulhas. Neste passo, só se trabalha com uma das agulhas. A última malha trabalhada deve ser a última das 10 malhas da agulha que agora vai ficar em suspenso. É tão rápido que nem vale a pena bloquear - e com agulhas de bambu (como eu uso) há um atrito natural que mantém as malhas no lugar.
Vão fazer a parte de trás do calcanhar. Agora trabalham nas 10 malhas de apenas uma agulha e, portanto, não é em círculo. Há o lado direito e o lado do avesso da meia - no lado direito trabalha-se em Knit, no lado do avesso trabalha-se em Purl. 

6.
Façam as seguintes quatro carreiras:
        1ª carreira: K5, SSK, K1, virar.
        2ª carreira: Sl1, P1, P2tog, P1, virar.
        3ª carreira: Sl1, K2, SSK, K1, virar.
        4ª carreira: Sl1, P3, P2tog, P1, virar.
(Desculpem as siglas em inglês, prometo que depois faço um glossário. Preciso consultar o livro da Rosa Pomar.)

7.
Tendo ficado com 6 malhas, façam K1 e distribuam as 6 malhas por duas agulhas (ou seja, 3 malhas por cada agulha).

8.
Voltem a trabalhar com três agulhas. Agora é preciso montar malhas, da seguinte forma:
com a agulha 1 - K3, montem 8 malhas; com a agulha 2 - K (as 10 malhas que estavam em suspenso); com a agulha 3 - montem 8 malhas e K3. Está quase quase...
(continua.....)